terça-feira, 28 de outubro de 2014

A cada carta lida, um choro segurado.

Hoje vamos começar o dia com a resenha de um dos livros mais lindos e sensíveis com que pude me deparar nos últimos anos.

A autora Ava Dellaira soube retratar e emocionar os felizardos leitores de "Cartas de Amor aos Mortos", nos inserindo no universo de Laurel que, infelizmente, tão nova precisou carregar o peso de perder a irmã mais velha.

É extremamente angustiante imaginar-se passar por uma situação como esta. Ninguém jamais deseja que a vida lhe puxe o tapete e coloque o carro na frente dos bois, permitindo que a ordem natural das coisas seja quebrada.

Acho que o sentimento de perda, para todos, não é maior ou menor pela experiência de vida que possuímos. A dor é vivenciada por cada um de maneiras diferentes, isto é verdade, mas sua intensidade é determinada pelo carinho e envolvimento com aqueles que nos deixaram.

Isto resume a falta que Laurel sente de sua irmã, considerada pela protagonista desta bela história como uma heroína, capaz de transformar seu mundo de criança em um incansável conto de fadas. Para Laurel a irmã era uma fada, com grandes asas, capaz de fazer feitiços e encantamentos para resolver todos os problemas.

Por trás deste mundo de ilusão, as meninas enfrentavam a separação dos pais e a irmã de Laurel entrava em sua adolescência, cercada de novas experiências que nem todas as vezes podiam ser compartilhadas com sua irmã caçula.

Determinada a fazer parte de cada coisa que envolvesse a irmã, Laurel se agarra a qualquer oportunidade de estar perto dela, escondendo juntas segredos impensáveis de seus pais recém divorciados. Os segredos incluem o envolvimento de sua irmã com um homem mais velho, que era mascarado pelas duas com a desculpa de que todas as sextas-feiras iam ao cinema juntas.

O falecimento da irmã de Laurel ocorre em um destes momentos quando, arrebatada por uma revelação inesperada, o vento a leva para longe deste mundo, provocando a ira de Laurel e o seu desespero, narrado ao longo deste livro.

Para tentar superar os acontecimentos, Laurel muda de escola e tenta assumir a identidade da irmã, considerada por ela a perfeição na terra. Ao longo do ano letivo ela faz grandes amigas e amigos e percebe que cada um possui problemas diferentes, mas não menos merecedores de atenção. A diferença está na maneira como cada um resolve encarar um momento difícil na vida, e eles serão a chave para quebrar o silêncio de Laurel sobre tudo o que ocorreu naquela trágica sexta-feira.

Além de seus colegas e uma inesperada paixão, a reviravolta na vida de Laurel só é possível pois a cada dia e fato novo ela se dispõe a escrever uma carta a grandes personagens como Kurt Cobain, Amy Winehouse, dentre outros, que não estão mais entre nós por diversos motivos.

É um livro de arrebatar corações e certamente você também ficará tocado com essa história. Espero que tenham gostado e voltem sempre!!

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Corra! E não olhe para trás.

Depois de tanto tempo sem uma postagem no blog eis que apareço trazendo uma resenha sobre um livro de tirar o fôlego. 

Maze Runner, do autor James Dashner, não é uma leitura aconselhável aos claustrofóbicos. Digo isso pois, apesar da grandeza da Clareira - apelido carinhoso dado pelos garotos enclausurados neste lugar estranho - a sensação de aprisionamento é um tanto quanto torturante de se imaginar.

Estou indo rápido demais? Sim, eu sei, me desculpe, mas como o próprio livro diz: aqui a regra é correr ou morrer, não fique para trás.

O primeiro volume desta famosa saga, que já teve direito a um filme que ainda não saiu das telonas, conta em terceira pessoa a história vivida por Thomas, ou pelo menos ele acredita que este seja o seu nome. O garoto, com a provável idade de 16 anos, não se lembra de nada de sua vida antes de ser lançado elevador acima para a nefasta experiência de viver cercado por um Labirinto.

Ao chegar na Clareira, Thomas descobre uma comunidade no coração do Labirinto habitada unicamente por garotos, com regras de convivência rígidas em prol da sobrevivência de todos. A primeira regra você deve imaginar: não entre no labirinto, a não ser que você seja um Corredor - encarregado de mapear o local ("Pernas pra que te quero!").

Todos os dias o Labirinto mostra que tem vida própria. Os Corredores devem vasculhá-lo durante o dia e regressar antes que suas portas se fechem, de noite, pois para aqueles que ficam além das muralhas só resta uma única certeza: jamais farão outra corrida.

Como se isto não parecesse ruim o suficiente, o Labirinto é povoado por criaturas horrendas - metade máquinas, metade animais - apelidadas de Verdugos, com agulhas e pinças para picar e matar aqueles que aparecem no seu caminho. Quem é picado precisa tomar o Soro da Dor, passar por uma terrível fase de transformação, e ganhar com isto algumas poucas lembranças de sua vida pregressa.

Mesmo na esquisitice toda do lugar é possível observar um padrão. Os Criadores deste lugar enviam uma vez por mês um novo garoto para se juntar aos demais, e uma vez por semana suprimentos para que estes possam manter-se vivos.

Logo após a chegada de Thomas, as coisas viram de pernas para o ar. Dois dias depois de sua aparição a Caixa que os traz para dentro da Clareira ganha vida, revelando um novo membro fora de hora para essa comunidade. O problema é que se trata de uma garota com um bilhete: "Ela é a última".

Outro detalhe é o fato de que os suprimentos param de ser enviados aos meninos, e o suposto sol que mantinha suas plantações vivas desaparece, deixando uma claridade estranha e incapaz de florescer qualquer coisa.

Está achando ruim? Ok. O que seria pior do que as portas do Labirinto se fechando todas as noites impedindo que você saia de lá? Imagine se elas nunca mais se fechassem, deixando você e os Verdugos para conviver na Clareira.

A história de Maze Runner é um livro certo na estante de quem adora distopias e ficções científicas e olha que eu não contei nem metade das coisas com que me deparei no livro, para não perder a graça é claro. 

Assim que adquirir o segundo volume conto mais sobre esta saga para vocês. E com essa deixa me despeço por ora. Mas fiquem tranquilos, o blog retornará em breve com mais novidades. Espero que tenha gostado e voltem sempre!!