quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Um tênis em 1830.

Fazia muito tempo que eu estava interessada em ler este livro. Não só pela sinopse, que é quando sou conquistada, mas por ser muito bem avaliado e, ainda, escrito por uma autora brasileira.

Se você já teve a oportunidade de ler "A Viajante do Tempo", da autora Diana Gabaldon, e gostou muito, vai se identificar totalmente com Sofia, a protagonista de "Perdida", escrito por Carina Rissi.

A história se passa no ano de 2010. Sofia perdeu os pais em um acidente de carro há cinco anos e desde então se esforça todos os dias em seu trabalho chato para pagar suas contas e seu aluguel. Sua vida se resume ao escritório e as esporádicas saídas com sua grande amiga Nina. Sem contar que ela adora ouvir músicas em seu celular e ler repetidamente o mesmo livro quando precisa espairecer, um da autora Jane Austen.

Em uma de suas saídas com Nina, e namorado da amiga - Rafa, Sofia acaba bebendo muito, deixando seu celular cair na privada e acordando com uma enxaqueca horrível no dia seguinte. Pior ainda é a falta que o celular faz em sua vida. 

Sem pestanejar, ela coloca uma regata branca, uma saia jeans, calça seu all-star vermelho e se dirige para a loja de celulares mais próxima, perto de uma pracinha. Estranhamente, parece que as pessoas não resolveram sair de casa naquele dia, mas o que mais importava a ela era conseguir um novo aparelho celular, o mais moderno possível.

Sofia entra na loja e encontra uma vendedora mais velha. A senhora acaba tirando de uma das gavetas de um balcão uma caixa com um celular que ela jura ser o mais moderno possível para Sofia, ou melhor, ele é exatamente o que ela precisa. Depois de pagar pelo aparelho, e de estranhar a senhora ter feito cara de "pena" para ela ao vender o celular, nossa protagonista da vez vai testar o seu novo "brinquedinho".

É então que ela percebe que o aparelho simplesmente não funciona, que foi enganada pela senhora da loja. Com fúria nas veias ela decide pegar seu dinheiro de volta e começa a retornar para a loja, mas no meio da pracinha tinha uma pedra no meio do caminho. Depois de tropeçar na pedra, e cair de cara no chão, o celular resolve ganhar vida e um clarão enorme cega Sofia por uns instantes.

O problema é que quando a luz ofuscante cessa não há mais pracinha, muito menos a loja, menos ainda a cidade. Existe somente uma estrada de terra de chão batido e Sofia desconfia que a batida que recebeu na cabeça, da tropeçada na pedra, deve ter sido violenta demais.

Não bastasse a confusão, ela logo vê um homem montado em um cavalo, com roupas parecidas com o século XIX. O homem - Ian Clarke - desce do cavalo para ajudá-la e com apenas alguns minutos de conversa ela fica horrorizada, pois percebe que de fato está no século XIX, mais precisamente em 1830. Ian também está perturbado, pois não é adequado a uma jovem solteira andar pelas ruas seminua. Sim, pois naquela época mostrar as pernas era algo extremamente escandaloso. E é nessa confusão que a história de Sofia é contada pela autora. 

Eu amei o livro, de verdade. Dei boas risadas e o terminei em apenas um dia. Devorei cada página louca para saber o que aconteceria dali em diante. Recomendo imensamente para todos aqueles que gostam de um bom romance, com direito a viagem no tempo e muitas confusões.

domingo, 16 de novembro de 2014

Traga o seu cobertor.

Se você sempre foi fã da famosa saga Crepúsculo, mas sua adoração pendia para o lado dos lobisomens, eis aqui um livro com o qual você vai se deliciar. A resenha de hoje é sobre "Calafrio", escrito por Maggie Stiefvater.

O primeiro volume desta saga conta a história de Grace e Sam, sendo que os capítulos variam entre a perspectiva dos dois personagens.

Grace é uma garota cursando o ensino médio. Mora com os pais que mal dão atenção a ela e vive em seus devaneios acerca dos lobos de Mercy Falls, cidade fictícia do livro. Sua casa fica próxima a floresta onde tais criaturas perambulam dia e noite.

O fascínio de Grace sobre os lobos se inicia ainda quando criança. Aos nove anos de idade ela fora arrancada de seu balanço por um dos membros da alcateia, arranhada e mordida severamente, e só não morreu pois um belo lobo de olhos amarelos decidiu preservar sua vida, evitando um final trágico para este episódio.

Desde então Grace não consegue tirar o lobo de olhos amarelos de sua cabeça, esperando pelo seu aparecimento todos os dias do ano. Quanto mais frio, mais provável que seu lobo resolva "dar as caras" perto de sua casa.

Em um determinado dia, Grace e seus colegas de classe recebem a notícia de que um dos alunos da escola foi morto na floresta pelos lobos. Após o medo se alastrar pela cidade devido aos fatos, a polícia, juntamente com alguns voluntários, decide ir à floresta caçar os lobos, até que o último deles seja extinto da cidade. Nossa protagonista fica desesperada e decide ir até o local da operação policial impedir que isto aconteça, pois só a possibilidade de perder seu querido lobo a aterrorizava.

Após um tiro disparado, Grace inventa uma história de que Olívia, uma de suas amigas, estaria na floresta tirando fotos sem saber da operação e que ela poderia estar no meio do fogo cruzado. Com o problema temporariamente resolvido, Grace decide voltar para casa sem jamais imaginar que na sua porta ela encontraria um garoto com um ferimento a bala.

É claro que ela decide ajudá-lo, mas não sem antes notar que ele está completamente sem roupa, tremendo de frio e que possui lindos olhos amarelos. É aí que entra Sam, que precisa da ajuda de Grace e acaba ficando em sua casa escondido dos pais da menina (não me pergunte como). Grace logo nota que não existe nada de comum neste garoto, e que seus mais íntimos devaneios acerca de seu amado lobo estão se tornando realidade.

Eu terminei o livro relativamente rápido, mas confesso que durante muitas páginas eu quase perdi a vontade de continuar. Achei que a história evoluiu muito rápido entre os personagens principais, mesmo sabendo de todo o contexto explicando a situação. Só comecei a me interessar de verdade nos capítulos finais, o que me fez ter vontade de saber como a história irá se desenrolar. Eu acho (risos).

De maneira geral não é um livro ruim, só não me cativou como tantos outros que tenho lido ultimamente. Espero que o segundo volume me traga uma experiência melhor, desenvolvendo a história em um ritmo mais cativante.

Por enquanto vou ficando por aqui. Voltem sempre!