quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Juntando os cacos do meu coração.

Beleza Perdida- Amy Harmon

Existem livros que passam pela nossa vida sem fazer muita diferença, acredito até que esse é o caso da grande maioria. Mas existem outros que ficarão em nossa memória para sempre. Digo isso porque são poucos os autores capazes de tocar o nosso coração de uma forma diferente, nos transformando para a vida. Para mim Beleza Perdida foi mais do que especial, foi estarrecedor, Amy Harmon me deixou "em cacos".

Neste livro, acompanharemos um período da vida de duas personagens, da infância a fase adulta. 

Fern desde pequena foi vista como "feinha" e cresceu com essa perspectiva de si mesma, mas sempre demonstrou possuir um coração de ouro. Seu melhor amigo é seu primo Bailey, que nasceu com uma doença degenerativa que causa a perda dos movimentos do corpo. 

Apesar de os médicos acreditarem que a vida de Bailey será breve, o garoto não se deixa abalar e mostra a todos o seu temperamento alegre e forte. Nessa empreitada, Fern não é só sua família, mas a pessoa que toma conta dele ajudando-o desde que começou a precisar de uma cadeira de rodas.

Fern sempre foi apaixonada por Ambrose Young, um cara considerado lindo por todo o colégio e admirado pela cidade toda por ser um campeão nas lutas. Bailey, que é filho do treinador de Ambrose, tem verdadeira admiração pelo amigo e o considera um herói grego. 

Numa tentativa de descoberta de si mesmo, Ambrose, e seus quatro melhores amigos, resolvem se alistar para o exército logo após os acontecimentos do 11 de Setembro, sendo que essa escolha mudará a vida não só dos garotos mas da cidade inteira.

Após um incidente trágico, ele é o único que consegue retornar para casa, porém nada mais será como antes. Além de ter que lidar com a ausência daqueles que ama, o garoto volta para casa com o rosto desfigurado e precisará aprender a aceitar seu novo rosto, sua nova vida e, por incrível que pareça, lidar com a insegurança em relação a uma garota, sentimento que jamais teve antes do alistamento militar.

O que achei?

Esse livro é de uma delicadeza ímpar. 

Para mim, não houve um ponto ruim sequer. Tudo foi na dose certa e me conquistou. Nem sei quantas lágrima verti ao final de vários capítulos, mesmo naqueles que eu meio que já sabia o que iria acontecer. O fato de já saber não mudou os meus sentimentos e eu fiquei arrasada.

Esse livro não é para deixar as pessoas tristes, mas sim para mostrar o que há de melhor nas pessoas. É para que você se emocione com a beleza do ser humano e não para que chore com os infortúnios da vida.

Beleza Perdida é sem dúvida alguma imperdível.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Romance de época brasileiro.

O Amor nos Tempos do Ouro - Marina Carvalho.

Sabe aqueles romances de época que são super meigos? Com uma dose certa de todos os elementos que o gênero pede, O Amor nos Tempos de Ouro acertou "na mosca".

Nesta bela história, conheceremos a incrível Cécile, uma fraco-brasileira, que acaba de perder seus pais e irmãos em um trágico acidente. Por ter sido criada na França, seus pais adotaram em sua formação um estilo mais liberal, entendendo que a filha poderia fazer da sua vida o que bem quisesse, inclusive se casar por amor. 

Entretanto, agora, sozinha, com grande fortuna e desamparada, seu tio entende que o melhor caminho para ela é seguir para Minas Gerais e se casar com um homem muito mais velho e senhor de terras. 

Cécile não vê saída para sua situação atual, pois está impedida de usar seus bens em razão da tenra idade e de não ter marido, e acaba acatando a decisão do tio, tornando-se noiva de um escravagista violento e sem escrúpulos.

Mas para chegar à fazenda do noivo a sua travessia será complicada. Depois de enfrentar as intempéries de uma viagem de navio, a moça precisará atravessar uma parte do Brasil cujos perigos não pode calcular. Para tanto, seu noivo contrata Fernão, um homem temido por todos, que terá a tarefa de entregar Cécile intacta.

Fernão perceberá em pouco tempo que esta empreitada será uma das mais difíceis de sua vida, pois a moça em questão possui um temperamento ácido, uma grande capacidade de encontrar problemas e, ainda, uma beleza que mexe com o seu coração.

O que achei?

Com esse enredo todo é de se imaginar que eu adorei este livro, não é mesmo? O desenrolar da história para mim teve o tempero necessário, não deixando a desejar em se tratando de romance de época.

Por meio da pesquisa para escrever esta história, a autora nos presenteia com conhecimentos acerca do Brasil-colônia, diversas poesias maravilhosas e cenários de "cair o queixo". Fui arrebatada por todas as personagens e me emocionei muito com o desfecho.

Porém, aqui vai minha única crítica: ficaram muitas pontas soltas. A impressão que tive, e espero estar correta, é que a Marina pretende dar seguimento com a trama de algumas personagens. A história da escrava Malikah foi uma das melhores coisas nesse livro, e acredito seriamente que ela merece um volume próprio.

Deixo vocês agora com uma das belas poesias deste livro. Até a próxima.

[...]
Sentir, sem que se veja, a quem se adora
Compr'ender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
E, temendo roçar os seus vestidos,
Arder por afogá-la em mil abraços:
Isso é amor, e desse amor se morre!

Gonçalves Dias, "Se se morre de amor!",
em Novos cantos

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Água com açúcar.

Para Todos os Garotos Que Já Amei.


Se você anda a procura de um romance super leve e fofinho, deveria tentar este aqui. Mas sem criar muitas expectativas.

Lara Jean, uma garota com descendência coreana, nunca fez nada na vida sem pedir a opinião de suas irmãs, principalmente da mais velha. Ela é extremamente insegura de seus atos e escolhas e está desesperada com a partida iminente de sua irmã mais velha para a faculdade, que escolheu a Europa como novo lar.

Em razão da ausência e distância, Lara Jean precisará assumir o posto de irmã mais velha e precisará "dar alguns passos com as próprias pernas" e descobrir seu verdadeiro eu.

Como sempre foi muito retraída, principalmente no campo amoroso, ela nunca expressava às suas paixonites o que de fato sentia. Quando percebia que suas esperanças em relação a algum rapaz seriam infrutíferas, ela, ao invés de falar, escrevia cartas de despedida para cada um deles, a fim de deixar que tudo o que ela sentia fosse levado embora com as palavras. As cartas eram guardadas em uma antiga caixa de chapéu que sua falecida mãe deu a ela de presente.

Mas o que Lara Jean não esperava era que os destinatários dessas cartas algum dia fossem vê-las. Entretanto, para o desespero da protagonista, é exatamente isso o que acontece. Quem poderia tê-las enviado e porquê? Será que Josh, o ex-namorado de sua irmã mais velha, vai receber a dele também? E o que isso pode fazer com o relacionamento de amizade que as irmãs sempre tiveram?

                                        
O que achei?

Gente, esse livro de fato é um amorzinho. Li super rápido por causa da narrativa gostosa da autora, mas fora isso ele não tem nada de mais. Apesar de ganhar pontos com os leitores pela doçura, não achei nada de original que valesse a pena comentar por aqui.

É claro que eu gostei e vou continuar a série e, sim, recomendo, mas espero encontrar algo que me surpreenda. Afinal, "romance água com açúcar"em si mesmo não se basta.

Próximos volumes:

* P.S.: Ainda Amo Você




















* Always and Forever, Lara Jean (ainda sem data de publicação).

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Procura-se, viva ou morta.

Acho muito difícil que a essa altura do campeonato você não tenha ouvido falar de Garota Exemplar, da Gillian Flynn. Livro ou filme, tanto faz, foi simplesmente um sucesso.

No mundo do booktube, foi uma avalanche de comentários do tipo "Leiam esse livro!", "Melhor livro do ano!", ou algo do tipo. E você sabe qual é o problema de ler algo que todo mundo acha maravilhoso, né?

De duas, uma: ou você vai achar perfeito e concordar com essas opiniões ou não vai achar "tudo isso". Onde eu me encaixo? Claro que na segunda opção. Mas por favor não me apedrejem antes de terminar de ler a resenha, pois eu de fato achei um livro muito bom, apesar das quatro estrelas que dei por motivos de expectativas demais.

Lembro que quando começaram a falar desse livro fiquei super intrigada. Diziam ser um livro ao estilo "mind blowing", ou seja, "sua cabeça vai explodir quando ler isso aqui!". E quer saber? Até que foi isso mesmo o que aconteceu, mas eu já esperava que isso acontecesse depois desses comentários (não sei se isso faz sentido para você).

Em Garota Exemplar, acompanhamos a investigação do sumiço da esposa de Nick, por meio de seu ponto de vista, sendo o livro divido em três partes, cruciais à história. Em contrapartida, os capítulos com a visão dele são intercalados com o diário escrito por sua mulher Amy, em que podemos comparar os acontecimentos relatados pelos dois e tentar imaginar quem está falando a verdade.

A vida desse casal é um tanto incomum. Suas brincadeiras internas, suas histórias de vida antes do casamento, o que pensam sobre casais de amigos. Tudo isso serve de elemento para a narrativa, tornando as coisas muito esquisitas e, por vezes, sombrias para o leitor.

Quando comecei a ler sobre a história de Nick e o sumiço de sua esposa, ficava a cada capítulo tentando adivinhar o que tinha acontecido de verdade. Bolei mil teorias e muitas passaram perto da verdade e o que era para ser uma "grande descoberta" foi uma "grande descoberta já esperada". Portanto, entendam, eu li esse livro sabendo que ia me surpreender e talvez isso tenha estragado um pouco as coisas para mim.

Como essa resenha não contém spoiler, eu prefiro que você entre de cabeça nessa história. Sem ler nada de muito crucial, mesmo que perceba depois que são situações banais para a narrativa. Acredite em mim e sua leitura vai ser cinco estrelas, com certeza.

O que achei:

Em primeiro lugar, espero que você tenha compreendido o que vivenciei com a leitura. 

Em segundo lugar, achei o livro muito bem escrito, daqueles que te prendem do começo ao fim. Essa autora não tem papas na língua, cria personagens com nuances incríveis e muitas particularidades. É muito complicado a individualização de pensamentos quando o livro tem mais de um protagonista. O enredo é super cativante e gera uma aflição enorme, pois você quer descobrir o que diabos está acontecendo. 

Por fim, Gillian Flynn de fato merece seu hype, ela é brilhante. Mas da próxima vez não quero saber absolutamente nada da história. Quero ter apenas minha própria avaliação de tudo e ser, como eu disse logo no começo dessa resenha, surpreendida.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

A individualidade é veneno.

Se você é um grande fã de distopias, vou lhe fazer um pedido: esqueça tudo o que você já leu até hoje, dentro do gênero, e recomece a partir de Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley.

Não pense que estou exagerando. Isto é apenas a opinião de uma leitora que descobriu em um grande clássico a razão de o ser.

Atualmente, estamos acostumados a ser "bombardeados" com livros de distopia. Divergente, Jogos Vorazes, Legend: todos eles são exemplos dessa onda que se abateu no mundo literário, mas que tem raízes muito mais antigas do que você imagina.

É claro que no presente caso estamos falando de distopia adulta, mas dê uma chance e você vai entender do que eu estou falando. Nada de drama adolescente (não que isso não tenha seu valor), nada de séries e mais séries que não conseguimos terminar (apesar de eu gostar) e, por fim, nada do mesmo.

A proposta do autor foi chocar o leitor da época - 1932 - e conseguiu fazê-lo inclusive nos dias de hoje. Admirável Mundo Novo conta a história de uma sociedade que execrou todos os conceitos de humanidade, moral e religião e que adotou a rigidez do comportamento, segundo valores que, de acordo com eles, são essenciais para a vida social.

Não há casamento, mas sim multiplicidade de parceiros sexuais. O sexo não existe para procriação - vista como algo medonho - mas sim para diversão. Se você tem algum problema na vida ou angústia, tome soma - a droga distribuída pelo governo para que você mergulhe numa alegria interminável. Religião? Imagine! Boas doses de soma e orgias resolvem o problema. E castas. Cada indivíduo é modificado para servir a um propósito pré-determinado. 

Está achando isso tudo muito louco? Isso é porque você não leu o livro ainda. Acredite. Para todo ato há uma explicação, uma razão, um motivo que justifica as atitudes tomadas em prol do convívio social perfeito.

Eu não quero comentar absolutamente nada das personagens que encontramos no livro, pois foi o fato de eu não saber nada sobre eles que me fez ficar tão encantada. 

O que eu achei:

Amei!Amei!Amei!

O livro é recheado de passagens incríveis, citações de Shakespeare, descobertas que levam o leitor a refletir sobre a nossa realidade atual. Mesmo que você não concorde com nada do que é proposto, é possível compreender as razões apresentadas para o funcionamento daquele universo.

Esse clássico conquistou meu coração. Se tornou o que chamamos de "Livro da Vida", algo que jamais esquecerei de ter apreciado. Me deu vontade de ler todas as coisas que esse autor escreveu.

Enfim, termino essa resenha como comecei. Você adora distopias? Leia Admirável Mundo Novo e surpreenda-se.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Os recônditos da mente humana.

Quando me deparei com Filme Noturno, da escritora Marisha Pessl, em uma grande livraria, sendo vendido por apenas R$9,90 fiquei um pouco intrigada. Ainda mais pelo fato de que tal livro contava com mais de quinhentas páginas. Isto não é coisa que se encontre todo dia.

É claro que o valor baixo significava pouca saída de estoque, e esta é a única razão que encontrei para o valor deste livro depois que tive a oportunidade de lê-lo. Quem dera todo bom livro fosse vendido por valores tão baixos, não é?

Além de uma escrita cativante, o livro é apresentado ao leitor em forma de dossiê permitindo que você se sinta participando de toda a investigação que recheia a história narrada.

Mas vamos conhecer um pouquinho do enredo?

Em Filme Noturno acompanhamos o jornalista Scott McGrath na busca da verdade sobre o mistério que cerca a morte de Ashley Cordova, filha de um famoso cineasta - Cordova - conhecido pela produção de filmes extremamente perturbadores e contraditórios e pelo mistério que permeia sua vida e a de todos que estão ou estiveram à sua volta.

Com a morte de Ashley, Scott resolve revirar novamente a vida do diretor, que alguns anos atrás foi a causa de sua derrocada na profissão por causa da divulgação de informações falsas acerca de práticas obscuras de Cordova, dadas por um anônimo em uma  ligação telefônica.


O jornalista, na busca pela verdade, encontra dois improváveis aliados que o ajudarão na solução do mistério: Hopper e Nora, que tiveram contato com Ashley pouco antes de seu falecimento. Esse trio precisará de muita força mental para permanecer intacto durante a experiência de desvendar a vida de alguém tão nefasto quanto Cordova.

O que achei:

Acho que nem preciso falar que adorei a leitura. Fiquei até um pouco surpresa de ver diversas resenhas criticando a história como um todo, mas preciso discordar totalmente. Em minha defesa, digo que é impossível esperar que todas as pessoas se conectem com um livro da mesma forma.

Isso pode acontecer com obras desconhecidas ou, até mesmo, com obras famosas. É impossível prever o sentimento que cada indivíduo terá com o enredo proposto, mas isso ajuda o autor a compreender suas possíveis falhas na escrita e se aprimorar em uma próxima empreitada, desde que, é claro, seja uma crítica válida.

Para mim funcionou super bem e consegui terminar o livro com relativa rapidez, dado o calhamaço que tive que enfrentar. Me senti totalmente imersa na leitura e adorei como a história terminou. Até fiquei um pouquinho chateada quando finalizei pois gostaria de saber muito mais sobre a vida do trio de investigadores.

Se você já leu Filme Noturno ou pretende ler, deixe aqui seu comentário sobre o que você achou ou  o que espera da leitura. Até a próxima.



segunda-feira, 6 de junho de 2016

Voar, voar, subir, subir.

Sabe aquele livro doce, mas tão doce, que faz seu coração se encher de alegria e ternura? Esse é um bom resumo do que você encontrará em "Passarinho", da autora Crystal Chan.

Neste livro você conhecerá Jóia, uma garota muito especial, que se vê afogada em um drama familiar.

No dia de seu nascimento um incidente terrível aconteceu. Seu irmão, John, com apenas cinco anos de idade, se jogou de um penhasco, pois imaginava que conseguia voar. Desde então sua família vive em sofrimento, incapaz de esquecer o ocorrido.

Seu avô carrega a culpa de ter apelidado seu irmãozinho de Passarinho e acredita ter chamado a atenção de espíritos malignos, que fizeram com que John resolvesse saltar do penhasco. Desde então, o avô de Jóia nunca mais falou, simplesmente se calou para todos e passou apenas a demonstrar raiva e pesar.

Sem saber o que fazer para que alguém lhe conte a verdade, ou ao menos dê a ela a atenção de que tanto precisa, Jóia busca refúgio no único lugar em que seus pais jamais imaginavam e desejavam encontrá-la: o local de onde Passarinho fez seu último voo. É no penhasco que ela se conecta com a natureza e conversa com ela, na esperança de abafar suas angústias e encontrar respostas ao seu descontentamento.

Jóia também adora escalar árvores e é assim que um dia acaba conhecendo um menino misterioso cujo nome lhe faz perder o fôlego: John. E é assim que nasce uma amizade que talvez seja capaz de romper as barreiras do silêncio que rondam sua família a tantos anos, e que não deixam seus inúmeros fantasmas irem embora.

Nota pessoal:

Eu simplesmente amei e favoritei esse livro para a vida! Nem preciso dizer que chorei muito e me senti tocada por essa história, do começo ao fim. Jóia é como muitas pessoas, reprimida e reclusa em seus pensamentos por algo que ela não tem culpa.

É muito triste perceber que as vezes deixamos de ser quem desejamos para agradar aos outros, por um medo irracional de não ser aceito, sendo que o que de fato importa é o que sonhamos para nós mesmos, afinal, ninguém é capaz de viver sua vida por você.

"Passarinho", com toda a sua leveza, com certeza te fará voar para onde você não imagina.

Até a próxima.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Muita história e pouca explicação.

Se você anda em busca de uma boa (senão razoável) trilogia sobrenatural deveria tentar "Darkest Powers", mas não espere grandes revelações no enredo.

Nestes três livros (Invocação, Despertar e Confronto), acompanhamos um período da vida de Chloe Saunders que, após um surto com visões de espíritos, é enviada a uma instituição para crianças problemáticas - a Casa Lyle.

Mas, como é de se esperar, o local não parece ter tanta boa intenção com seus inquilinos, levando seus moradores a uma busca por respostas. É nesse contexto que conhecemos também Simon, Derek, Tori e Liz.

Se Chloe achava que ver espíritos já era ruim o bastante, seu mundo vira de cabeça para baixo ao perceber que ela não é a pessoa mais estranha a habitar a Casa Lyle.

Depois de ler o intrigante "Invocação" ficamos com uma série de perguntas sobre o mundo criado por Kelley Armstrong. Porém, nos dois volumes seguintes, a quantidade de informações aumenta sem acrescentar em nada ao enredo, pois não temos resposta para quase nada. E digo mais, não há conclusão para o destino dos personagens e da história toda que foi contada.

É uma trilogia fácil de ler, mas dura de engolir. Ficou faltando um livro a mais para finalizar tudo ou simplesmente justificar a aparição de tanta coisa sem sentido.

O pior de tudo é a fórmula "gato e rato" usada nos três volumes. É a mesma coisa o tempo todo. Fugir, esconder-se e ser pego. Sério, é um ciclo infinito que é muito chato. Eu não sei quem estava mais perdido com a razão de todos acontecimentos: eu ou os personagens.

Nota pessoal:

Me decepcionei com várias coisas nesse livro, dentre elas: a história por traz do colar que estampa as capas dos livros e a razão dele mudar de cor e qual é a motivação por trás do enredo do Derek, principalmente a partir do segundo livro.

Eu me simpatizei com essa trilogia, mas esperava muito mais da autora. Se eu recomendo? Sim, se você não se importa com frustrações.

Até a próxima.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Sensualidade para quê?

Se você ama romances históricos, como eu, sabe muito bem que, em sua grande maioria, esse gênero literário vem sempre recheado de muita sensualidade, uns mais outros menos.

Mas saibam meus caros que a ausência deste elemento não necessariamente impede o sucesso da obra. E para corroborar o que estou dizendo, lhes apresento "A Indomável Sofia", da escritora Georgette Heyer.

Como não amar esse livro, que traz uma mocinha em sua melhor versão: inteligente, decidida e "dona de seu nariz"?

Sofia foi criada por seu pai, Sir Horace, de uma forma muito liberal. Viajou a vida toda, por diversos lugares do mundo, aprendeu a atirar e a conduzir um cavalo como nenhuma outra dama e sempre soube se cuidar sem ajuda de ninguém.

Em virtude de uma viagem ao Brasil, Sir Horace decide que é melhor deixar a filha aos cuidados da irmã cuja administração da casa está relegada aos cuidados de seu filho mais velho Charles. Este assumiu tal incumbência pois herdou dinheiro suficiente para saldar as dívidas de jogo de seu pai, o que deixou a família em situação mais "apertada" e necessitando de alguém que conduzisse suas finanças com mãos firmes.

Sofia, com sua personalidade ímpar, passa então a viver com a família de sua tia e com todos os problemas que encontra na casa. Mas quem melhor para ajudá-los senão Sofia, que adora uma estratagema e que, sem más intenções, se mete na vida de todo mundo?

Charles, com uma noiva de arrepiar os cabelos de tão detestável que é. Um irmão encrencado numa situação que envolve dinheiro. Uma irmã prometida a um cavalheiro, mas apaixonada por um poeta pobretão. E para melhorar o clima, Sofia resolve dar de presente às crianças nada mais, nada menos, que um mico!! Já deu para ver que a moça é de abalar, não é mesmo?

Nota pessoal:

Eu amei a história. Todas as tramas e personagens que conhecemos são únicos e encantadores. São muitas personalidades distintas, cada qual com seu encantamento.

A autora consegue cativar com o enredo e, como mencionei de início, apesar de não haver praticamente romance algum, foi quase impossível para mim largar esse livro sem antes descobrir que fim todos iam levar.

Recomendo muitíssimo essa leitura! Você não irá se arrepender. 

Até a próxima.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Romances históricos recomendados.

Oi pessoal, como estão?

Resolvi fazer uma postagem sobre um gênero literário que eu adoro: os romances históricos. Não é segredo para ninguém que esse tipo de leitura conquistou o País e está com a bola da vez. Algumas editoras, como a Arqueiro, estão investindo pesado nessa nova onda e o blog Eu Amo Livros Novos não poderia ficar fora dessa, não é mesmo?

Andei explorando bastante o gênero desde o ano passado e tenho algumas indicações para quem quer começar a se aventurar por esse tipo de literatura e, é claro, para os amantes convictos do tema. Mas, antes de tudo, gostaria de dividir com vocês o que eu gosto em relação à esse tipo de livro.

Os romances históricos são sim um grande clichê, assim como a maioria dos chic lits, que são aqueles livros que nos fazem suspirar com belos mocinhos e rir muito com uma trama bem humorada. Mas nada disso importa, porque apesar de já termos certeza do final da história é impossível sair da cadeira sem antes passar os olhos pelas últimas páginas de um livro desse gênero.

O legal do romance histórico é que nós, diferente das mocinhas dessas obras, temos e compartilhamos a malícia e, porque não, a desenvoltura dos mocinhos, que na maioria das vezes são libertinos convictos e alheios aos sentimentos românticos. Em contrapartida, nós, diferente dos mocinhos, compartilhamos com as mulheres o desejo de um grande amor e a surpresa ao encontrá-lo na pessoa mais improvável possível. Com essa mistura de desejo proibido e sentimentos desconhecidos, eis que surge um gênero literário com um tempero diferente para apreciar: a inocência de uma donzela, que geralmente vem acompanhada de um gênio difícil.

Dadas algumas explicações vamos às recomendações, que é o que de fato importa não é mesmo?

1. Os Bridgertons, Julia Quinn (Editora Arqueiro):

 


Se você não conhece essa série incrível, pare agora mesmo o que está fazendo e vá logo atrás desses livros gente!!! Eu simplesmente amo essa autora, não só pela ótima escrita como pela trama bem elaborada.

A série, composta por oito livros, conta a história dos irmãos Bridgertons, e a cada volume podemos conhecer um deles. O mais legal de tudo é que o envolvimento deles com cada membro da família é muito forte, sendo que no fim você acaba desenvolvendo um carinho muito grande pelos personagens. Além do mais, a mãe deles, Violet, é impagável. Seu grande objetivo na vida é ver todos os filhos casados e ela simplesmente não descansará enquanto isso não acontecer. Já imagina o que essa mulher pode tramar?

2. Spindle Cove, Tessa Dare (Editora Gutenberg):

Gente, essa série também é tudo de bom. Conta a história de mulheres que moram num lugar chamado Spindle Cove, famoso por receber solteironas e mulheres deslocadas na sociedade, seja por um problema físico, seja pelo comportamento inadequado que as levaram a chegar lá.

Até agora já são três livros lançados e um quarto, chamado A Bela e O Ferreiro, está para chegar por aí. Eu devorei esses livros em menos de uma semana e recomendo muito. As mulheres retratadas são muito "fortes", com ideais bem definidos e seguras de si, apesar dos pesares, e deixam os mocinhos no chinelo. É adorável!!!

3. Os Números do Amor, Sarah Maclean (Editora Arqueiro):

Essa é mais uma boa promessa de série lançada pela Arqueiro. Eu adorei o primeiro volume! Pelo que sei é uma trilogia. Sei que a editora já havia lançado outra série da autora, do mesmo gênero, mas minha primeira experiência com ela foi com esse livro.

Imaginem um solteirona convicta, uma lista de coisas que gostaria de fazer (muito infame) e um libertino que pode ajudá-la em alguns quesitos. Não tem como dar certo, né? 

É uma história muito boa, que rende muitas risadas com situações embaraçosas. Estou ansiosa pelo próximo volume!!



Bem, essas foram algumas poucas recomendações sobre o gênero. Se você adora esse tipo de leitura e tem alguma indicação a fazer é só deixar nos comentários, ok? Até a próxima!!

segunda-feira, 21 de março de 2016

Apocalipse ou lavagem cerebral bem orquestrada?

Meus amigos, certamente não estou errada ao afirmar que o apocalipse não é para qualquer um. Isso mesmo! Nem todos sairão inteiros desta experiência, mas digo inteiros de corpo e alma.

A história de "Vivian Contra o Apocalipse", da autora Katie Coyle, nos traz a América do Norte como ponto central de um poder de alienação em massa: a Igreja Americana.

Seu mentor, Beaton Frick, espalhou ao longo dos anos sua filosofia que, de acordo com ele, foi-lhe ensinada em encontros com Deus. Um Deus que, por sinal, ama o capitalismo e repudia grandes pecados, assim como foi na Idade Média.

É com essa ideia um tanto quanto bizarra que Frick arrebanha milhões de seguidores pelo mundo, impulsionando a presença da Igreja na comunidade, a exemplo de sua própria Bíblia, produtos com o selo dos "Crentes" e afins. 

Para reforçar a veracidade de suas palavras Frick profetiza o chamado Arrebatamento, em que apenas os Crentes serão levados ao Reino dos Céus, e o famigerado Apocalipse, em que aqueles que não adotarem a doutrina da Igreja serão castigados no fogo do inferno.

A protagonista Vivian não consegue acreditar em tanta "bobagem", não entende porque tantas pessoas se deixam levar pela história de Frick. Apesar do caos que se instala no mundo, como guerras, grandes explosões e tudo o que um projeto de apocalipse possa nos apresentar, Viv se vê cercada de pessoas que para ela só podem ter "perdido a cabeça".

Mas tudo muda de figura quando em um certo dia ela acorda e não encontra seus pais. Há apenas dois buracos no teto do quarto deles, sua ausência e o peso da palavra "Arrebatamento" martelando em sua cabeça.

É aí que a história de grandes encontros e desencontros começa. Será que Vivian conseguirá ter as respostas de que precisa? Será que terá a coragem necessária para desbravar a América e entender o que aconteceu? Como não costumo dar spoiler você terá que descobrir por si só.

Nota pessoal:
O livro tem uma história intrigante, mas não foi o suficiente para ME convencer. Provavelmente muitas coisas serão respondidas e conectadas no segundo volume e, portanto, precisarei desta leitura para me posicionar melhor acerca desta narrativa.

Acho que, apesar do que mencionei, é possível sentir-se envolvida com a personagem principal e entender seus medos. Vivian é muito carismática e fácil de se gostar, tornando sua torcida muita grande. Em que pese a leitura juvenil, "Vivian Contra o Apocalipse" traz muitas discussões sobre posicionamento pessoal. 

Em que lugar nessa loucura toda você se encaixaria? Eis a pergunta de Viv também.

Até a próxima.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Essa não é uma história de amor.

Se você imaginou uma grande história de amor para este livro prepare-se para "tirar seu cavalinho da chuva", mas apenas ao que diz respeito ao amor entre duas pessoas, pois estamos mesmo é falando de amor próprio.

Em "Apenas um Dia", da queridinha autora Gayle Forman, conhecemos uma protagonista repleta de angústias e reclusa em relação às suas próprias emoções.

Allyson sempre foi uma garota "certinha". Desde que se entende por gente seguiu à risca os planos de seus pais para o tão sonhado futuro promissor em uma faculdade de medicina. Sua mãe se encarregou de todos os seus horários, de toda a sua rotina de estudos e qualquer outro assunto relacionado à sua vida.

Como presente pela conclusão do ensino médio, eles a enviam, junto com sua melhor amiga Melanie, para um tour pela Europa. A empolgação das meninas estava a mil, mas para Ally bastou apenas o início dessa tão almejada viagem para que notasse que as coisas em sua vida não tinham o brilho que seus pais acreditam existir. Nem mesmo sua melhor amiga parece se encaixar da mesma forma como antes.

Quando as meninas resolvem assistir a uma peça de Shakespeare, no meio da rua, o mundo de Allyson vira de ponta cabeça. Ela se depara com um estranho na trupe de artista e fica fascinada. E quem diria que esse mesmo estranho faria a ela um convite inusitado: um dia juntos em Paris.

Daqui para a frente a descoberta da história é por sua conta. Mas já aviso que você vai ser arrebatado de alguma maneira. 


Nota pessoal:
"Apenas um Dia" possui uma delicadeza muito grande quando toca no assunto realizações pessoais. Muitas pessoas passam por momentos de angústia e frustração neste período de descoberta de si mesmo, algo que nem de longe é fácil. 

Protagonizar sua vida em paralelo com as expectativas do mundo em relação a nós mesmos não é algo simples de ser encarado, ainda mais quando tudo o que você acreditava ser certo cai por terra e te deixa sem rumo. A redescoberta de propósitos é um caminho muitas vezes longo de ser perseguido.

Mas não desanime. Quem sabe este livro não possa te ajudar a abrir sua cabeça para novas experiências?

Um grande abraço e até a próxima.